Coringa: Delírio a Dois continua a jornada sombria e perturbadora do personagem Arthur Fleck, vivido mais uma vez por Joaquin Phoenix. Dirigido por Todd Phillips, o filme mistura elementos de drama psicológico e musical, explorando a relação entre Coringa e sua nova parceira, Harley Quinn, interpretada por Lady Gaga. Em meio ao caos mental de Fleck, a narrativa é repleta de momentos viscerais e alucinatórios, onde a realidade e o delírio se misturam de maneira única. Com uma fotografia carregada de tons opressivos e uma trilha sonora imersiva, o filme segue a linha visual e emocional do primeiro, mas introduz um novo elemento: a musicalidade, que pode surpreender ou desagradar os espectadores.

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Agora, entrando na minha experiência ao assistir ao filme: logo no início, há uma abordagem cômica que remete ao estilo Looney Tunes. Porém, rapidamente somos puxados de volta para a realidade sombria de Arthur Fleck. As cenas, assinadas pelo talento de Todd Phillips, são impecavelmente enquadradas, utilizando tons frios e uma iluminação que reflete muito do primeiro filme, provocando emoções profundas em quem assiste.

Sobre a atuação de Joaquin Phoenix, é inegável que ele traz mais uma vez a essência do Coringa à tela, ele domina cada cena com uma intensidade brutal. Seu olhar transmite mais do que palavras poderiam, criando uma experiência poderosa e visceral. A violência aqui é ainda mais crua, e Phoenix carrega o filme de forma impressionante, elevando a narrativa com sua performance inigualável.

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Agora, sobre o fato de ser um musical: esse elemento pode não agradar a todos. As primeiras cenas musicais se encaixam bem no contexto, complementando a narrativa e dando um toque interessante ao delírio do Coringa. Entretanto, ao longo do filme, as músicas podem se tornar excessivas para alguns, especialmente aqueles que não são fãs de musicais. Em certos momentos, parece que o filme transborda em sua intenção de explorar o delírio a dois, o que pode impactar negativamente a experiência para alguns espectadores.

E quanto à Lady Gaga no papel de Harley Quinn? É importante entender que sua personagem é coadjuvante na trama. Gaga entrega uma performance sólida, mas 70% de seu tempo de tela é dedicado a cenas musicais e ao delírio compartilhado com o Coringa. Embora seu desempenho não decepcione, ele também não se destaca de forma épica. Considerando a presença esmagadora de Phoenix, é compreensível que brilhar ao seu lado seja uma tarefa difícil.

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No geral, "Coringa: Delírio a Dois" é uma experiência intensa e visualmente cativante, que mantém a essência perturbadora do primeiro filme, especialmente graças à atuação magistral de Joaquin Phoenix. No entanto, apesar de trazer novidades como o elemento musical e a presença de Lady Gaga, o filme não atinge o mesmo impacto cultural ou emocional que seu antecessor. A ousadia em explorar o delírio compartilhado entre Coringa e Harley Quinn pode dividir opiniões, e embora o filme tenha momentos brilhantes, ele não consegue sustentar o mesmo nível de impacto e inovação do primeiro. Ainda assim, é impossível ignorar o poder de Phoenix em cena, o que torna esta sequência uma experiência envolvente, mesmo que não tão marcante quanto o original.

O final é marcado por dois plot twists simultâneos que podem dividir o público. Esse encerramento é o que, para muitos, definirá a experiência geral com o filme. É difícil dizer se alguém vai amar o filme por completo, mas o final entrega um toque de esperança que deixa uma marca duradoura.

Data de lançamento: 3 de Outubro de 2024 Direção: Todd Phillips Roteiro: Todd Phillips / Scott Silver Bilheteria: Em Cartaz

Avaliação: ★★★